Os trabalhos voltados
para a sustentabilidade e capacidade de carga da Ilha Grande começaram. A
equipe da Socioambiental, empresa contratada para o trabalho, foi apresentada ao Conselho Gestor do
PEIG durante sua reunião em 15/05/2012. Em 25/05/2012 foi realizada a primeira
reunião formal com a empresa, ocasião em que foi entregue ao chefe do parque
pelo presidente do CODIG uma carta sobre o assunto, com o seguinte teor:
“Ilmo Sr,
O Comitê de Defesa da Ilha Grande – CODIG, fundado em 23 de Julho de 2000, com sede na
Ilha Grande e foro jurídico na comarca de Angra dos Reis - RJ é uma associação
civil de direito privado sem fins lucrativos ou econômicos.
Solicitamos a sua atenção, e a de todos os
envolvidos, sobre um assunto que vem ocupando a agenda da Ilha Grande e de seus
habitantes por cerca de dezoito anos.
Deve ser reconhecido que os estudos ditos de
capacidade de carga da Ilha Grande, em fase inicial possuem um componente de
forte conteúdo estratégico, pois tem a ver com a construção de um futuro pela
manipulação do presente. Afinal, são as vidas dos ilhéus e de suas futuras
gerações que estarão sendo colocadas em jogo.
Dessa forma, para que tal tarefa prospere,
um único pressuposto é exigido: que as autoridades responsáveis pela
implementação das ações daí decorrentes, assumam o patrocínio - no seu mais
amplo sentido – e o gerenciamento do processo decisório e dos conflitos daí
advindos. Com demonstração de fé pública de suas atitudes. Esperamos um
pronunciamento formal da presidenta do INEA, dos prefeitos de Angra dos Reis e
Mangaratiba, dentre outras autoridades envolvidas.
Estamos
certos de que essa providência, uma vez cumprida, em muito contribuirá para o
sucesso do projeto em tela, que é o que todos desejamos.”
Em 01/06/2012, por convocação da
empresa, participaram de uma pequena oficina representantes da comunidade. Dado o baixo comparecimento de convidados – apenas cinco comparecerem – a oficina
resumiu-se em um debate sobre a problemática local. Os representantes dos
segmentos presentes (CODIG, Associação de Meios de Hospedagem da Ilha Grande e
Jornal O Eco) sugeriram fortemente aos condutores do encontro que utilizassem
fontes secundárias recentes e, contudo, confiáveis, para os diagnósticos que
sernao certamente produzidos. Dentre as várias fontes mencionadas, as três
seguintes foram destacadas e sugeridas que o INEA as disponibilizassem: 1.)
Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande, produzido pela da empresa
Agencia 21; 2.) Relatórios das oficinas de capacitação de conselheiros,
conduzidos pelo consultor Roberto Rezende e 3.) Relatórios do Projeto Unir & Vencer, conduzido pelo
SENAI.
Cabe destacar os inúmeros alertas
do CODIG para o que se apresenta como uma das mais importante intervenções
estruturais na Ilha Grande por parte das autoridades: aquela que envolve a sua
sustentabilidade, logo, a sua vida.
O CODIG vem se mantendo crítico a
respeito da forma com que assunto de magnitude importância vem sido conduzido,
chamando a atenção para o fato de se tratar de uma ação de natureza estratégica
para a Ilha Grande e, é claro, para o parque.
A demora da área ambiental em colocar
em marcha o projeto, demandado há mais de dez anos provocou um lamentável
desencontro de ações prioritárias, com conseqüente atropelo de iniciativas que
podem levar a conseqüências indesejáveis. Dois exemplos do mal gerenciamento
das ações de implantação e operação do PEIG, decorrentes da falta do estudo em
tela: 1.) a elaboração do Plano de Manejo da APA Tamoios, que desembocou em uma
proposta autoritária e equivocada sobre o futuro da Ilha Grande, que pode levar
a um modelo excludente e incompatível com os desejos dos ilhéus; e 2.) a
inexplicável e apressada decisão de gastar a fortuna de cerca de R$ 22 milhões
para implantar a estrada que liga a Vila do Abraão a Vila Dois Rios no lugar de
fazê-lo com menores recursos, à falta de um cenário mais nítido e com um mundo
de providências mais urgentes. Sem justificar a importância da estrada para o
contexto operacional do parque e da vida dos moradores em seu entorno, e sem
ainda indicar como fará a administração da via, o INEA corre o risco de dar um
tiro no pé. Da gente.
Fica aqui o registro. E o alerta.