Defendo com grande entusiasmo a idéia da RDS e vejo nela o caminho para valorizar a RBPS e melhor proteger a enseada da Praia do Sul.
Insistir em reassentamento da população é ir contra a uma decisão tomada 25 anos atrás pela própria FEEMA e provocar um eterno adiamento de uma questão que ninguém agüenta mais. O tempo não para.
Não consigo ver ameaças no rigor da proteção da enseada do Aventureiro com a mudança de categoria para RDS. Apenas benefícios, pois criará uma ponte de entendimento para que a comunidade do Aventureiro faça um acordo e ajude na proteção. Afinal é do interesse deles. A enseada continuará publica, assim como as terras da RDS.
Quero dizer também que desde o início de 2009 há um estudo feito pela SEA/INEA com apoio do CODIG para ampliação do PEIG, que incorpora as enseadas da Parnaioca, de Lopes Mendes e as Lagoas Azul e Verde, e outras áreas marinhas marinhas relevantes dsa Ilha Grande ao PEIG. Por que isso não foi levado a público?
O que mais fragiliza a gestão da Reserva não é povoado, mas sim a lentidão em dotar a
RBPS de infra-estrutura, equipamentos e pessoal treinado para a gestão, motivada pela
falta de experiência em planejamento e implantação de UCs que o INEA herdou do IEF, que foi extinto sem implantar sequer um parque. Para ter idéia, ninguém do quadro do IEF jamais planejou e gerenciou um parque de verdade. Esta inércia levará um bom tempo para ser superada e somente o será com muito treinamento da garotada concursada e da cooperação técnica do INEA com Minas Gerais, São Paulo e exterior, enfim, com órgãos que sabem fazer. Tem que mandar a garotada para trabalhar nestes órgãos para aprender, voltar e aplicar. Não há mágica. A lentidão é o preço que pagaremos durante um bom tempo pelo fato do IEF nunca ter tido concurso publico e criado uma cultura de gestão. Um órgão que nunca operou um Parque ou Reserva com infra-estrutura implantada obviamente não formou recursos humanos na prática, dai as sérias dificuldades. Quem nunca mergulhou não coloca uma garrafa nas costas e desce a 15 metros. Tem humildade e entra no curso. Quer aprender. Leva tenpo. É isso que temos que estimular o INEA a fazer, buscar parcerias com instituiçoes nacionais e internacionais profissionalizadas e experientes.
No caso da RBPS, os governos anteriores aplicavam a tática do deixa estar para ver como é que fica. Em trinta anos não houve nenhum avanço concreto. O Governo atual decidiu enfrentar e resolver o problema. A regularização fundiária avança desde 2008 graças ao empenho da SEA. Carlos Minc, então ministro, foi decisivo, solicitando ao Ministro do Planejamento o apoio do SPU. Em breve veremos as terras da União serem transferidas para o Estado. E tudo este esforço pode ir por água abaixo, retornando tudo aos anos de 1980.
É isso que queremos?
A RDS é uma proposta clara, democrática, sem cartas na manga, sem empresas imobiliárias ou hoteleiras por trás. Expressa uma vontade de várias pessoas, também sérias, em superar logo este reme-reme, ir em frente e permitir que o INEA faça parceriais e implante um dos melhores e mais bonitos legados que a FEEMA nos deixou: a Reserva Biológica da Praia do Sul. E que o PEIG, antes de 2007 um parque de papel, seja ampliado para o mar.
Paulo Bidegain
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