A respeito das entrevistas dadas, alguns reparos e
esclarecimentos:
- A proposta do governo do estado reedita o inconstitucional decreto nº 41.921. Nada mais;
- Ao contrário do afirmado, as discordâncias não são tipológicas, mas sim, conceituais, ilustradas pelas Zonas de Interesse de Ocupação Hoteleira (ZITH) e Zonas de Interesse Residencial e Turístico (ZIRT), nas ilhas e no continente. Nossas preocupações nunca foram sobre a marca do rodo que vai ser passado e sim sobre a intempestiva e nada democrática mudança de um modelo que tem tudo para dar errado, sem nenhum estudo que possa justificar a sua proposta, favorecendo ainda mais o setor imobiliário e ainda menos o turistico. É zero a chance de algum ganho coletivo via implantação de ZITH ou ZIRT na forma como está proposta. Sua comprovação será uma questão de tempo;
- As demais tipologias nunca foram objeto de discordância, por óbvio: são áreas com características específicas, como por exemplo, núcleos populacionais, industrial, de proteção permanente, etc;
- O jornalista Boechat foi levado a pensar que o adiamento de 240 dias foi uma “colher de chá” para se resolver os tais 10% de alegada divergência. Esse prazo não será para discutir o conceito: a discussão se limitará ao “onde”. Já nos manifestamos a respeito. Deixamos o privilégio da escolha dos locais ao poder discricionário do governador.
- A ampliação do Parque Estadual da Ilha Grande foi um golaço da sociedade civil organizada, turbinada, é claro, pelo secretário e que merece entrar para o seu currículo;
- Ecoturismo nunca foi aplicado na região. E não é dessa forma que será. Seria bom se o corpo técnico do INEA se debruçasse sobre o assunto e propusesse um Plano de Ação ao secretário, tendo como base o cenário tendencial de turismo de base comunitária;
- Os debate tem sido carente de argumentos objetivos, obrigatórios em assunto de tal magnitude e importância. Deveria haver substância na proposta do governador, fundamentada em bases sólidas e consistentes, indicando, por exemplo, os seus aspectos estratégicos. A proposta, como colocada, além de mandona, só desperta dúvidas e maus presságios. Não é assim que se traça o futuro da região;
- A Ilha Grande não tem áreas degradadas que justifiquem uma mudança radical no quesito ocupação. E se as tivesse, deveriam ser recuperadas e não liberadas para construção. A rigor, em qualquer lugar, fábricas de sardinha desativadas nada mais são do que reserva de mercado da especulação imobiliária;
- Construção de pousadas com 20 quartos sempre foram permitidas em quase toda a Ilha Grande; só na Vila do Abraão são mais de cem;
- A briga de cachorro grande da ampliação do terminal da Petrobrás ainda merece ser melhor entendida, cabendo ao governo do estado e à Petrobrás darem explicações sobre um empreendimento de tamanho vulto. Antes de cobrar posições, estando de posse de informações a respeito do empreendimento, o governo do estado tem a obrigação de esclarecer a sociedade a respeito do que norteará suas decisões;
- O anúncio das obras (retomada?) de saneamento em 3 praias da Ilha Grande deveria ser acompanhado de explicações sobre as razões da paralisação das mesmas, anunciadas em 2008 e onde já foram enterrados R$ 4,8 milhões, sem que se saiba como e nem porque.
Amigos, como nós que estamos de longe e amamos esse paraíso podemos ajudar nas negociações do APA TAMOIO para preservar a ILHA GRANDE e o direito de seus moradores???
ResponderExcluirLuiz Boca
Prezado Luiz Boca,
ResponderExcluirObrigado pela força. Proteste contra a entrega a privatização de nossas áreas protegidas enviando cartas aos jornais, ao governador e ao secretário Minc e aos parlamentares em quem você confia. Acompanhe os desdobramentos de nossa luta pelo blog do CODIG e acumule munição pata embasar seu protesto. Seria interessante se você enviasse algum protesto ao jornalista Boechat (ouvinte@bandnews.com.br ou ouvinterj@band.com.br). Prepare-se para engrossar o caldo na Rio+20, onde pretendemos ampliar o nosso protesto.