O dia quatro de agosto de 2011 é um dia para ser lembrado pela ofensa que foi perpetrada contra a sociedade civil. Em reunião na secretaria estadual do ambiente, marcada pela arrogância, truculência, desrespeito e demonstração de força, o secretário Minc anunciava com todas as letras que daí a um mês o zoneamento da APA Tamoios seria publicado de acordo com o que tinha sido proposto pelo conselho da APA Tamoios. Esperava-se que, após quatro anos de intenso trabalho e luta, uma delas contra o decreto 41.921 que entregava as melhores áreas da baía da Ilha Grande, inclusive da Ilha Grande e Gipóia nos braços da especulação imobiliária, a paz reinaria. Ledo engano. Não só a promessa não foi cumprida como também, e mais uma vez, a cidadania foi engabelada. De forma ainda mais abusada, o INEA apresenta uma nova concepção do zoneamento, como se achasse que iria também engabelar o STF que havia acolhido o pedido de inconstitucionalidade do famigerado decreto. Renova o decreto, muda o papel que o embrulha e dá nome aos bois, ou melhor, aos felizes ganhadores da melhores áreas de Angra dos Reis. De forma dissimulada, quase envergonhada, o INEA recria a fernandécada: engorda o processo de concessões para o setor privado, agora na área ambiental. Vale a pena ler e consultar na biblioteca do CODIG a dissertação de mestrado do conselheiro do PEIG e pesquisador Henrique Nakano de Souza (UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O PAPEL DOS CONSELHOS GESTORES DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - Estudo de caso do Conselho Gestor do Parque Estadual da Ilha Grande, RJ) que põe o rei nu, ao explicitar a farsa que se abateu sobre os conselhos de unidades de conservação do Rio de Janeiro, denunciando a sua inviabilidade enquanto espaço democrático de decisões coletivas. O dia quatro de agosto de deveria ser lembrado como o dia do embuste.
Nota: a imagem acima foi publicada no Jornal O Eco, edição de julho de 2012, nº 158
Nota: a imagem acima foi publicada no Jornal O Eco, edição de julho de 2012, nº 158
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