Uma dos mais significativos
avanços nas relações entre o poder público e a cidadania foi a introdução dos
conselhos pela CF 88. Em praticamente todas as áreas públicas, os conselhos
desempenham importante papel no controle social. Sejam deliberativos ou
consultivos, os conselhos fazem parte do desafio que se coloca para o efetivo
empoderamento acontecer nas áreas
até então mantidas longe dos olhos do cidadão.
Segundo o portal da
transparência do governo federal
(http://www.portaltransparencia.gov.br/controleSocial/ConselhosMunicipaiseControleSocial.asp),
“o controle social pode ser feito
individualmente, por qualquer cidadão, ou por um grupo de pessoas. Os conselhos
gestores de políticas públicas são canais efetivos de participação, que
permitem estabelecer uma sociedade na qual a cidadania deixe de ser apenas um
direito, mas uma realidade. A importância dos conselhos está no seu papel de
fortalecimento da participação democrática da população na formulação e
implementação de políticas públicas. Os conselhos são espaços públicos de
composição plural e paritária entre Estado e sociedade civil, de natureza
deliberativa e consultiva, cuja função é formular e controlar a execução das
políticas públicas setoriais. Os conselhos são o principal canal de
participação popular encontrada nas três instâncias de governo (federal,
estadual e municipal)”.
Entretanto, faz-se mister
a luta pelo direito de participar de um conselho. A resistência dos entres
públicos tem sido notória. A ameaça de perda de poder, com a pueril alegação de
que tudo se resume a uma disputa por espaço político, tem feito muitos agentes
públicos se esmerarem em querer tirar o valor da participação da sociedade na
gestão da coisa pública. Tudo tem sido motivo para manter o distinto público
bem longe dos espaços decisórios para que, dessa forma, o reinar absoluto possa
prosseguir, como sempre, e sem sobressaltos.
No caso dos conselhos
gestores das unidades de conservação do Rio de Janeiro, os espaços de
participação social tem sofrido notável pressão para apequenarem-se, em todos
os sentidos. Uma das desculpas que os conselheiros mais tem ouvido é a de que a
chefia da UC tem muito que fazer além de administrar o funcionamento dos
conselhos, ainda mais em um contexto de poucos “recursos humanos”. E mais, se
cada uma das UC estaduais tiver que fazer reuniões com os seus conselhos, “haja
reunião!!!!”
O CODIG vem lutando para
que os conselhos gestores se incorporem de fato e de direito aos organogramas
das UC estaduais de Angra dos Reis/ Ilha Grande como parte de um modelo efetivo
de gestão profissionalizada, com todas as prerrogativas a que temos direito. A
materialização da proposta do CODIG se daria pela implementação de uma
estrutura gerencial no âmbito da UC, via criação de uma Secretaria Executiva,
na qual seria alocado um ou mais profissionais capacitados para gerenciar as
atividades do conselho, liberando assim o chefe da UC para atividades mais
operacionais e mais voltadas para as atividades fins da UC. Tudo com seus
custos bem definidos.
Infelizmente a resistência
à proposta tem sido grande, o que prova o quadro abaixo, reproduzido da seguinte
fonte: http://geproinearj.blogspot.com/p/conselhos-consultivos.html
Na tabela, que não contempla todas
as UC do Rio de Janeiro, as únicas que fizeram reuniões mensais durante todo o
ano de 2011 foram a APA Tamoios e o Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG),
graças ao desmedido esforço dos seus heróicos conselheiros. As demais, limitaram-se
a reuniões esparsas. Para o ano de 2012 os conselheiros da APA Tamoios foram instados
a aceitar, com muito pesar, a proposta da chefia da APA Tamoios que alegou com
grande ênfase que não tinha como manter a freqüência mensal de reuniões, por
absoluta indisponibilidade de pessoal e estrutura para tanto.
Segundo o quadro, dois exemplos:
1. O Parque Estadual da Pedra
Branca, um dos mais complicados do Rio de Janeiro, só teve uma única reunião no
ano, em março de 2011 e
2. O Parque Estadual dos Três
Picos em vias de ganhar uma subsede em Teresópolis de R$ 10 milhões (http://www.inea.rj.gov.br/noticias/noticia_dinamica1.asp?id_noticia=1636), só teve
uma única reunião, em abril de 2011, dando mostras de que o assunto não foi
discutido pelo conselho.
Mês
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Jan
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Fev
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Mar
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Abr
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Maio
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Jun
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Julho
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Agosto
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Set
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Out
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Nov
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Dez
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UC
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Área
de Proteção Ambiental da Serra da Sapiatiba
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Área
de Proteção Ambiental de Macaé de Cima
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19
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28
|
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20
|
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19
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Área
de Proteção Ambiental de Mangaratiba
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7
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|
Área
de Proteção Ambiental de Maricá
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|
|
|
|
|
|
|
|
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|
Área
de Proteção Ambiental de Massambaba
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|
|
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11
|
|
6
|
|
15
|
|
10
|
|
12
|
Área
de Proteção Ambiental de Tamoios
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|
17
|
17
|
28
|
19
|
16
|
21
|
18
|
15
|
20
|
17
|
15
|
Área
de Proteção Ambiental do Gericinó Mendanha
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Área
de Proteção Ambiental do Pau Brasil
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31
|
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29
|
|
25
|
|
28
|
|
29
|
|
28
|
|
Área
de Proteção Ambiental do Rio Guandu
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Área
de Proteção Ambiental do Rio Macacu
|
|
|
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4
|
|
6
|
|
1
|
|
14
|
|
5
|
14h
PMCM
|
14h
PMCM
|
14h
PMCM
|
14h
PMCM
|
14h
PMCM
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||||||||
Estação
Ecológica Estadual de Guaxindiba
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30
|
|
|
29
|
|
|
28
|
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Parque
Estadual Cunhambebe
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30
|
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Parque
Estadual da Ilha Grande
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01
e 15
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16
|
5
|
19
|
7
|
5
|
2
|
6
|
4
|
1
|
6
|
Parque
Estadual da Pedra Branca
|
|
|
16
|
|
|
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|
|
|
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|
Parque
Estadual da Serra da Concórdia
|
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31
|
|
|
|
|
4
|
|
17
|
|
|
Parque
Estadual da Serra da Tiririca
|
|
16
|
|
|
12
|
|
|
12
|
|
|
5
|
|
Parque
Estadual do Desengano
|
|
|
|
|
|
|
|
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|
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|
|
Parque
Estadual dos Três Picos
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|
7
|
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|
Reserva
Biológica de Araras
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Posse
do C.C. a ser agendada
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|
Reserva
Biológica de Guaratiba
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